Romanos usavam cérebro de camundongo em pó e urina humana em sua pasta de dente


Por Joanna Gillan

Os romanos eram particularmente meticulosos com os cuidados bucais, mas suas receitas de pasta de dente eram tudo menos comuns. O principal ingrediente da pasta de dente romana era o carvão em pó, derivado de várias substâncias queimadas, incluindo ossos de animais e conchas de ostras. Isto proporcionou a qualidade abrasiva necessária para a limpeza dos dentes. Surpreendentemente, outro ingrediente da sua mistura dentária eram cérebros de rato esmagados, que se acredita aumentarem a eficácia da pasta de dentes. Mas o ingrediente mais peculiar foi sem dúvida a urina humana, importada em grandes quantidades de Portugal. A amônia na urina era valorizada por suas propriedades clareadoras, tornando-a um popular enxaguante bucal e clareador dental.

 

A arte da antiga preparação de pasta de dente

 Criar pasta de dente na Roma antiga foi um processo cuidadoso. A mistura eclética de ingredientes, que vão desde ervas comuns até crânios e urina de rato mais peculiares, foram moídas finamente para obter uma textura lisa e uniforme. Esse pó foi então misturado a um aglutinante, como o mel, para transformá-lo em uma pasta. Esta pasta de dentes não era usada apenas para limpeza, mas também para refrescar o hálito, um aspecto crucial da higiene pessoal na sociedade romana. Os métodos de aplicação eram um tanto semelhantes aos de hoje, envolvendo um bastão ou as primeiras formas de escovas de dente, geralmente galhos, para espalhar a pasta sobre os dentes.

 

Odontologia Romana

Na era clássica, o mau hálito era um problema generalizado e as dores de dente eram quase tão comuns. Os dentistas romanos recorriam principalmente à extração de dentes sem o uso de anestésicos. No entanto, curiosamente, apenas cerca de um terço dos esqueletos escavados nas ruínas de Pompéia e Herculano foram encontrados com falta de dentes, e um número relativamente pequeno apresentava sinais de cáries.

As peculiaridades dos consultórios odontológicos romanos, desde os ingredientes não convencionais das pastas de dente, como cérebros de rato em pó e urina humana, até seus métodos meticulosos de preparação, destacam uma abordagem avançada, porém não convencional, da higiene bucal. Os resultados eficazes destas práticas refletem-se na saúde dentária observada nos vestígios arqueológicos de Pompeia e Herculano, indicando que, apesar dos seus métodos estranhos, os romanos tinham um regime dentário surpreendentemente eficaz!

 

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